domingo, 23 de agosto de 2009

Ceremony

Sou um grande fã dos Joy Division, banda pós-punk inglesa que esteve em actividade entre 1976 e 1980, ano da morte do seu vocalista, Ian Curtis. Contudo, há ainda algumas músicas deles, lançadas fora da esfera dos seus dois álbuns, que eu desconheço. É de uma das últimas a que tive acesso, “Ceremony”, que trata este post.
Mas por que razão decidi escrever sobre esta canção em particular? Bem, basicamente, tal se deve ao facto de me encontrar positivamente “agarrado” a essa que considero ser uma pérola musical.
Infelizmente, só existem dois registos de “Ceremony”: uma gravação de um ensaio e outra retirada do último concerto da banda, a 2 de Maio de 1980, no High Hall da Universidade de Birmingham. A qualidade dos registos, contudo, deixa muito a desejar, pois a voz de Ian Curtis apresenta-se abafada, sendo muito difícil perceber o que é cantado. Ainda assim, é possível, na versão ao vivo (que inicia já com a canção em curso), ouvi-lo cantar, quase gritar, com uma fúria apaixonada, “Oh, I’ll break them all”, despertando-nos da doce sonolência que o excelente instrumental, sobreposto ao tristemente destruído registo vocal, nos tinha induzido.
Para além destas versões, existem duas dos New Order, banda formada pelos três membros restantes dos Joy Division e na qual o guitarrista Bernard Sumner assumiu o papel de vocalista.

Aqui deixo, então, dois vídeos com versões da “Ceremony”. A primeira é a tal do concerto; a segunda é a primeira que os New Order gravaram (a segunda já contaria com a Gillian Gilbert).





sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fuga

Pego nos meus pensamentos e meto-os na máquina de lavar.
Passam do papel para um bom banho.
No papel não eram nada. Eram apenas palavras soltas sem nenhum interesse em fazerem qualquer nexo. O que acaba por não importar; fazem jus aos pensamentos que expressam. Os trambolhões, a confusão, o "non-sense" das lascas mentais estão ali na folha para ninguém ler. Ninguém os deve ler. Eles só lá estão porque escaparam, porque tinham de escapar. Não precisam de ter significado. E ainda bem, pois o seu destino é o desaparecimento, quando o papel é amarrotado e jogado no lixo.
Enquanto isso, na mente, o cenário é bem mais bonito e auspicioso: os pensamentos rebolam uns sobre os outros no seu banho, talvez para dele saírem com capacidade para serem reutilizados.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Nada

Hum... Uma tarde sem nada para fazer, com uma preguiça do caraças, a ouvir musiquinha...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Carrossel

Noite.

Ele pontapeia o contentor repetidas vezes. Uma após outra, mas com pouca convicção. De seguida, vagueia de mãos coladas à cabeça, como se tentasse impedi-la de explodir. Depressa se volta a deter no contentor, agitando-o com golpes cada vez mais fracos.

Ela só tem olhos para o vazio. Caminha a passos curtos, nem sequer se preocupando em fingir que não tem rumo. A mochila nas suas costas não consegue armazenar tudo o que lhe surge na mente e que rapidamente se transforma em pó, apenas para dar lugar a novos lampejos.

Cruzam os olhares. Agilmente os descruzam. Dois mundos que não se tocam. Dois mundos do mesmo universo.

No banco de jardim, dois jovens sentados. Não falam. Não se movem. Os seus olhos rolam freneticamente, tentando acelerar o vagaroso carrossel que gira em seu redor. Não tardará a parar.

Parou.

Fecham os olhos. É deles a próxima volta.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Escravos da mente

Pouca importância se dá à mente, hoje em dia. O ser humano prefere tentar aperfeiçoar o seu corpo e valorizar a beleza física dos outros. Não que nisso haja algum mal; simplesmente deveríamos parar para pensar na importância da mente e reflectir sobre os aspectos mentais que influenciam o nosso dia-a-dia. Confuso/a? Passo a explicar.
Muitas vezes, as dores mentais ultrapassam a agonia das suas homólogas físicas. De facto, quem não prefere ter um seu dedo mindinho do pé dorido devido a um embate contra um móvel a sofrer de um desgosto de amor (só para dar um exemplo)? Já para não falar da tortura psicológica… Para além disso, é inegável que a perda da sanidade mental é um medo que ninguém pode afirmar que não tem, e que as doenças psicológicas podem ter claras repercussões negativas no estado físico de quem as alberga. No entanto, apesar de tudo isto, o que me levou a escrever este texto foi a capacidade que a mente tem de impedir ou dificultar certas acções do corpo; aquilo a que posso chamar de bloqueios mentais.
Os bloqueios mentais, para mim, são os pequenos problemas que nos surgem como grandes, e que resultam de timidez, de falta de confiança, de baixa auto-estima, ou, ainda, de falta de coragem. Consistem, no fundo, na incapacidade de tomar certas acções no momento certo, de recorrer às palavras certas no momento mais apropriado, no temor (infundado) de fazer um pedido…
No fundo, esta incapacidade traduz-se numa prisão em que nos enclausuramos a nós próprios, por não sermos capazes de dar o passo em frente que se impõe. É como se o nosso corpo se paralisasse como consequência de uma primeira paralisia da mente. E é nestes momentos que percebemos que de nada importa se somos gordos, magros, musculados ou flácidos; na nossa mente está a chave de tudo, e, se não soubermos ultrapassar os obstáculos que a nós próprios colocamos, então não seremos capazes de evoluir.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A barronice não tem limites

Isto porque, num jantar a que eu fui, o gajo que estava sentado à minha frente, com metade do prato cheia de batatas fritas, encontrava-se entretido a a dar garfadas nas batatas da travessa, deglutindo várias de cada vez.

Pérolas da barronice como esta custam a descobrir.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Worten sempre!"

É este o "slogan" dessa empresa de produtos tecnológicos. E tenho comprovado que o levam à letra.
Isto porque, há mais de um mês, deixei uma coluna de som a reparar. Anteontem, fui reclamá-la. Não tinha sido reparada; tinha de levar outra.
Pronto, levei-a para casa. Tudo bem... ou não. Claro que não estava tudo bem. Tinha de haver alguma coisa mal. Parecia fácil demais, uma pessoa dispor-se a ir à Worten buscar a coluna, receber, entretanto, a mensagem que a assistente tinha dito que seria enviada quando o produto estivesse pronto, levá-lo para casa e pronto, estar tudo feito. Acontece que a coluna era das frontais, sendo que a coluna que eu tinha entregue era das traseiras. As frontais têm uma extensão de fio menor e uma parte metálica que as distingue das traseiras e da central.
Por isso, lá tive de "wortar" à Worten, ontem, para reclamar uma coluna adequada.
Só isto já é chato. Se tive de esperar mais de um mês por uma coluna, agora, que nem prazo de reparação há na folha de processo que me foi entregue, devo ter de esperar cerca de três anos e meio. Ou não. Se calhar é só mais um mês. Dois meses para ter uma coluna é espectacular!
Mas dizia eu... Só isto já é chato. Igualmente chato é ter de explicar a minha reclamação umas 357 vezes à assistente, ela chamar o gajo que me tinha atendido no dia anterior e ele fazer um desenho para ver se percebia.
Ó meu grande monte de excrementos bem rijos, quem te devia ter feito um desenho era eu!
Sempre anormais, estes gajos que trabalham nestas lojas.