Noite.
Ele pontapeia o contentor repetidas vezes. Uma após outra, mas com pouca convicção. De seguida, vagueia de mãos coladas à cabeça, como se tentasse impedi-la de explodir. Depressa se volta a deter no contentor, agitando-o com golpes cada vez mais fracos.
Ela só tem olhos para o vazio. Caminha a passos curtos, nem sequer se preocupando em fingir que não tem rumo. A mochila nas suas costas não consegue armazenar tudo o que lhe surge na mente e que rapidamente se transforma em pó, apenas para dar lugar a novos lampejos.
Cruzam os olhares. Agilmente os descruzam. Dois mundos que não se tocam. Dois mundos do mesmo universo.
No banco de jardim, dois jovens sentados. Não falam. Não se movem. Os seus olhos rolam freneticamente, tentando acelerar o vagaroso carrossel que gira em seu redor. Não tardará a parar.
Parou.
Fecham os olhos. É deles a próxima volta.
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9 comentários:
confesso que nao entendi o texto, mas é profundo sim
beijos
Tb n sou grande adepto deste estilo (n pesco mt disto) mas é bom saber k o lugar está activo lol
Este texto foi escrito com base numa cena que presenciei.
Obrigado aos dois pela visita e pelos comentários.
ah aquilo lá do jardim?
de nada
Sim. Deu-me para escrever uma história à volta disso.
e fizeste muito bem caro amigo
beijos
Admito aqui (mas muito baixinho, para mais ninguém ler) que este é o melhor texto teu que já li.
(ainda mais baixinho: wow!)
Nicely Done =)
Obrigado pelo visita e pelo elogio!
Mais vale ficar-me por aqui e acabar a minha carreira de bloguista no topo xD
Beijos
*pelos visita xD
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