sexta-feira, 20 de março de 2009

Carrossel

Noite.

Ele pontapeia o contentor repetidas vezes. Uma após outra, mas com pouca convicção. De seguida, vagueia de mãos coladas à cabeça, como se tentasse impedi-la de explodir. Depressa se volta a deter no contentor, agitando-o com golpes cada vez mais fracos.

Ela só tem olhos para o vazio. Caminha a passos curtos, nem sequer se preocupando em fingir que não tem rumo. A mochila nas suas costas não consegue armazenar tudo o que lhe surge na mente e que rapidamente se transforma em pó, apenas para dar lugar a novos lampejos.

Cruzam os olhares. Agilmente os descruzam. Dois mundos que não se tocam. Dois mundos do mesmo universo.

No banco de jardim, dois jovens sentados. Não falam. Não se movem. Os seus olhos rolam freneticamente, tentando acelerar o vagaroso carrossel que gira em seu redor. Não tardará a parar.

Parou.

Fecham os olhos. É deles a próxima volta.



9 comentários:

Anónimo disse...

confesso que nao entendi o texto, mas é profundo sim

beijos

Anónimo disse...

Tb n sou grande adepto deste estilo (n pesco mt disto) mas é bom saber k o lugar está activo lol

Fred disse...

Este texto foi escrito com base numa cena que presenciei.
Obrigado aos dois pela visita e pelos comentários.

Anónimo disse...

ah aquilo lá do jardim?

de nada

Fred disse...

Sim. Deu-me para escrever uma história à volta disso.

Anónimo disse...

e fizeste muito bem caro amigo

beijos

Evey disse...

Admito aqui (mas muito baixinho, para mais ninguém ler) que este é o melhor texto teu que já li.

(ainda mais baixinho: wow!)

Nicely Done =)

Fred disse...

Obrigado pelo visita e pelo elogio!
Mais vale ficar-me por aqui e acabar a minha carreira de bloguista no topo xD

Beijos

Fred disse...

*pelos visita xD