sábado, 18 de agosto de 2007

Milagre com sabor a mel

Alguém acredita em milagres?

Bem, parece que há gente que acredita, mesmo.

No Brasil, há uma imagem de Nossa Senhora que verte lágrimas de mel. Normal? Não me parece. Mas verterá mesmo?

Os donos da imagem acreditam que é milagre o que acontece naquela imagem. Eu próprio vi o mel a escorrer da imagem (tomei conhecimento disto no telejornal da SIC). Mas que é que isso tem de especial? Onde é que está o milagre nisso? Não pode ter sido, simplesmente, alguém a derramar mel sobre a imagem? Esta não tem qualquer orifícios, o que acho que foi apontado como factor de fortalecimento da ideia de milagre. Mas porquê? Repito, alguém (os donos) pode andar a derramar mel sobre a imagem. Que eu saiba, são as abelhas que fazem o mel.

Ainda por cima parece que esse mel tão especial já foi utilizado para a realização de curas milagrosas. Bem, diz-se que comer espinafres nos torna fortes como o Popeye, agora que usar mel dá em milagre... Hum, não sei.

Há com cada uma que até parecem duas...

Na senda deste caso invulgar existem outros, como um duma fatia de pizza (salvo erro) que ostentava Jesus (penso que de perfil). Sim, Jesus agora anda a aparecer em fatias de pizza. Será milagre? Uuuuuhhhhh...

Enfim.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O abandono de animais de estimação em época de solarengos dias



Este post é sobre o velho problema do abandono dos animais durante as férias de Verão. Infelizmente, ainda há muita gente neste país que pensa que não consegue conciliar as suas férias com a manutenção dos seus animais de estimação, ou que simplesmente não gosta deles e que, assim, os abandonam à sua sorte, a qual, obviamente, se traduz no vaguear pelas ruas e pela alimentação à base de lixo. Esta situação é muito triste e continua a arrastar-se ano após ano.
Para combater esta situação já foram criados hotéis para animais de estimação (pelo menos para cães), o que, assim, ajuda a condenar ainda mais as pessoas que abandonam os seus animais, se razões para isso não existissem já. Nesses hotéis, os animais são tratados como reis e a sua qualidade de vida chega, por certo, a melhorar em relação à que tinham sob a guarda dos seus donos. Ainda assim, muitas pessoas decidem nem sequer procurar esses hotéis ou, então, acham que não vale a pena gastar dinheiro com uma coisa dessas.
É uma problemática extremamente lamentável e que dá que pensar sobre a natureza humana.

Limpeza

Muito pozinho este blog tem ganho devido à falta de posts...

Nada que uma vassoura não resolva.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O regresso

É verdade. Aqui estou eu de volta, após uma longa ausência de postagem.
Confiram as respostas aos vossos comentários. Respondi a todos (pelos menos àqueles nos quais reparei lol).
Agora só falta inventar um post que dignifique o meu regresso.

domingo, 22 de julho de 2007

A hipocrisia dos eventos ambientais

Recentemente, ocorreu mais um evento com o objectivo de sensibilizar a população mundial relativamente à questão ambiental. Esse evento, como sabem, foi o Live Earth. O objectivo do mesmo foi o de utilizar a música como meio da referida sensibilização. Até aqui tudo bem, e estou completamente de acordo. No entanto, temos de ver o outro lado. O lado hipócrita, desnecessário.
Matt Helders, baterista dos Arctic Monkeys, afirmou que seria hipócrita da parte da sua banda se esta participasse no Live Earth, afirmando que "estamos a usar energia suficiente para fornecer dez casas, apenas para iluminação", numa referência aos gastos energéticos de um evento que visa a consciencialização global no que diz respeito ao estado ambiental do planeta. Nick O'Malley, baixista da banda, reforçou a ideia do seu colega, afirmando que estão sempre a viajar de avião. A posição tomada por esta banda dá que pensar. Não terão eles razão? Parece-me que sim.
Entendo a nobre causa do Live Earth e de outros eventos de consciencialização relativamente aos problemas ambientais, mas questiono-me quanto aos meios utilizados para alcançar o fim desejado. Para poupar energia temos de a gastar em grandes quantidades? Por favor, muitas são já as campanhas ambientais, e muito menos dispendiosas: anúncios de TV, folhetos, apelos de artistas musicais... Penso que a verdadeira solução deste problema está nos senhores do mundo. Enquanto cavalheiros como o presidente dos EUA, George Bush, não aceitarem reduzir a emissão de gases de efeito de estufa, o ambiente do nosso planeta, certamente, não melhorará. É pena que, neste mundo, o poder esteja concentrado nos seres humanos que apresentam as piores qualidades desta espécie: a ganância, a arrogância, o capricho, a cobiça. Aqueles que se importam com o mundo em que habitam vivem cheios de boas intenções mas sem meios para mudar o que quer que seja, pois, no fim, as suas acções são anuladas por quem apenas olha para o seu próprio umbigo.
É por isto que o mundo se encontra estagnado e prestes a cair num abismo do qual talvez nunca consiga sair.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A morte como vida

Infelizmente, muita gente serve-se da morte para viver a sua vida.
Comecemos pelo caso mais simples: o do coveiro.
A vida do coveiro consiste em abrir as sepulturas do pessoal que bateu as botas. Tudo bem, é uma profissão como as outras. Alguém tem de fazer isto.
Agora vamos subir um pouco na hierarquia. Encontramos os agentes funerários. Estes senhores encarregam-se de todas as coisinhas que fazem o enterro de um ser humano. Outra profissão honrada e respeitável.
E que tal se subirmos ainda mais na hierarquia, para profissões, contraditoriamente, não muito respeitáveis?
Bem, aí encontramos um presidente dos EUA, George Bush, que utiliza a morte como fonte da sua vida de uma forma ligeiramente diferente da dos profissionais que acima referi. Todo-poderoso, Bush detém o poder sobre a vida e a morte. Veja-se a situação do Iraque: milhares de mortos às custas da política belicista do presidente norte-americano. Esta política de extermínio dos adversários iraquianos implica, igualmente, o sacrifício de vários cidadãos norte-americanos. No fim, o que resta são números, estatísticas. Nada de mais. "Sr. Presidente, morreram 9 000 soldados nossos na operação da noite de ontem. "Ai sim? Então que sejam 900." Impressionante como a morte pode ser reduzida em número, até arredondada, se for preciso.
Depois, há ainda aqueles que matam aos poucos, e é essa forma peculiar de matar que lhes dá rendimento. Um exemplo: o primeiro-ministro português, José Sócrates.
Sócrates faz do sofrimento do português a sua vida, com as suas políticas devastadoras da saúde física, mental e financeira do povo lusitano. Extorquindo dinheiro à população com as suas medidas rigorosas, alegadamente necessárias para uma evolução positiva (o chamado "apertar o cinto"), Sócrates vai retirando a vida ao Zé Povinho, que, por sua vez, continua a trabalhar, desmotivado e descrente em quem o governa.
Enquanto houver gente que mata para viver, o mundo não melhorará.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O Aglomerado de Casas Decrépitas da Ribeira de Santarém



Confesso que fiquei surpreendido com o facto de o Aglomerado de Casas Decrépitas da Ribeira de Santarém não ter ficado, sequer, entre os candidatos a maravilhas de Portugal. É este tipo de situações que me deixa perplexo com o mundo em que vivo.
Como é que é possível deixar de fora de um evento como o das 7 maravilhas do mundo um conjunto de moradias que há muito passaram de validade e que contribuem para a desolação que é Santarém? Para além de uma óbvia pérola da cidade, o Aglomerado apresenta-se como um autêntico emblema do país, injustamente escondido na penumbra. Todo o atraso e miséria de Portugal simbolizados numa pequena área.
Sem destaque no seu próprio país, com certeza que este tesouro nunca poderia obter o prestígio internacional que tanto merece. Depois temos de apanhar com Corcovados que, supostamente, dão as boas-vindas a quem chega ao Rio de Janeiro. Mas e se eu não for cristão? E se eu for um terrorista muçulmano que não vai à bola com Jesus e me apetecer espetar uma bomba naquilo? Lá se vão as boas-vindas e uma tentativa de subversão às gentes do mundo.
O humilde Aglomerado de Casas Decrépitas da Ribeira de Santarém não olha a religiões. Para lá habitar, basta ser-se detentor de um grau aceitável de pobreza e recordar a juventude com saudade. Somente isto.
As principais vantagens de lá viver são a possibilidade de jogar futebol num fantástico campo pelado (o qual apresenta uma só baliza) e de saber tudo sobre a vida dos outros, tal é a proximidade entre as residências. O mais complicado é arranjar gente jovem para praticar o referido desporto e encontrar vidas interessantes, mas a vida é isto; há sempre objectivos a perseguir.
Para terminar, realizem o seguinte exercício comigo. Imaginem um centro comercial no meio daquilo. Imaginem as idosas a invadirem as lojas para comprarem meias brancas com raquetes para os seus netinhos que estão “lá para Lisboa, os petizes”. Imaginem o piso de restauração: “fast-soup”, a “Loja das Couves”, etc. Imaginem o cinema, somente com filmes dos anos 60. Tão divertido que seria este ponto de consumismo…!
Aposto que a população da Ribeira de Santarém ficaria muito feliz se soubesse da propaganda que aqui faço à sua área de residência. Dei o meu melhor.